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terça-feira, 26 de maio de 2009

Para Ana

Um grande quarto,uma cama que para ficar sentadas, duas meninas preparam um balanço no tapete, um armário cheio de jogos, uma varanda onde se constroem mundos inteiros de plástico, onde passam dias inteiros sem olhar para o tempo, bonecos carecas pela mao de uma delas, uma que ainda não sabe, mas que está destinada à grandeza, o mais engraçado é que só ela é que não vê. A outra menina, tenta acompanhar todos os seus movimentos, achando-se muito mais adulta ao fazê-lo.
E enquanto as meninas brincam dentro do quarto, conseguimos ouvir vozes, vozes mais vividas, falam, riem e até brincam de uma forma a ainda incompreendida. durante um jogo, um lanche e uma discussão, o quarto ficou mais pequeno, já ninguém tem de saltar para chegar a cama, os brinquedos estão agora pendurados num móvel, o armário que antes era magico, agora guarda livros.
Uma mulher que ainda é menina tenta agarrar-se à sua felicidade, tenta ser o que sempre foi, inocente, verdadeira, responsável, adulta e infantil. já não corta cabelos, nem mostra a sua cozinha de brincar como se fosse um diamante, agora carrega o mundo. tenta ser tudo o que ainda não pode ser, porque ainda não percebeu. Ainda não. Quando finalmente o fizer, verá que ainda está no mesmo quarto, com esperanças e mundos inventados e a única coisa que poderá fazer, é abrir o armário mágico, que será mágico outra vez, sentar-se na sua varanda e ser feliz, assim, sendo-o.

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